Um labirinto medieval. Uma análise moderna
Palavras-chave:
Fernão da Silveira, Poema-labirinto, Barroco, Poesia Concreta, VisualidadeResumo
Durante a transição da Idade Média e a Modernidade, o poeta palaciano português humanista Fernão da Silveira cria um poema-labirinto em que a ludicidade, aliada à visualidade, é notável. Antecipando a visualidade de poemas barrocos e concretistas, esse pequeno poema permite uma leitura múltipla, tendo por base ainda o amor cortês. Estruturado por quatro colunas de palavras, o poema mostra-se inovador justamente por essa multiplicidade de leituras, o que permite um cotejo dele com a Poesia Concreta. Nosso propósito, então, é mostrar elementos concretos contidos na feitura do labirinto tardo-medieval aliados às teorias cingidas pelo Concretismo brasileiro e o Experimentalismo português. Para isso servimo-nos de estudos de Ernesto Manuel de Melo e Castro, proeminentemente, Ana Hatherly, Max Bense, Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Márcia Arbex, Maria João Fernandes entre outros.
Referências
ARBEX, Márcia. A Visualidade na poesia: Os precursores do Concretismo. Revista de Letras v. 19 - No. 1/2- jan/dez 1997.
BENSE, Max. Pequena Estética. (Org.) Haroldo de Campos. São Paulo: Perspectiva, 1971. (Estética).
CAMPOS, Augusto et alii. Teoria da Poesia Concreta. Textos Críticos e Manifestos. 1950-1960. [s.l.]: Livraria Duas Cidades, 1975.
CARA, Salete de Almeida. A poesia lírica. 4 ed. São Paulo: Ed. Ática, 1998. (Série Princípios, n. 20).
CARVALHO, Helba. Da poesia concreta ao poema-processo: um passeio pelo fio da navalha. Dissertação. Universidade de São Paulo, 2002, 141p.
CHOCIAY, Rogério. Os metros do Boca: teoria do verso em Gregório de Matos. São Paulo: UNESP, 1993, p. 125.
COSTA, Mylla Maggi Vieira da. Poesia que dança: a performance da poesia concreta e o corpo poético. Trabalho de conclusão do curso de Letras - Língua Portuguesa da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, 2019.
FERNANDES, Maria João. Poesia Concreta, Experimental e Visual. Lisboa: Ed. Faculdade de Belas Artes, 2000.
FONDA, Enio Aloisio. Maneirismos formais na poesia tardia. Revista de Letras, São Paulo, v. 25.
GOMES, João Carlos Teixeira. Gregório de Matos, O Boca de Brasa. Um estudo de plágio e criação intertextual. Petrópolis: Editora Vozes, 1985.
GOMES, Maria dos Prazeres. Outrora agora. Relações dialógicas na poesia portuguesa de invenção. São Paulo: EDUC, 1993.
HATHERLY, Ana. A experiência do prodígio. Bases teóricas e antologia de textos-visuais portugueses dos séculos XVII e XVIII. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1983. (Temas Portugueses).
HATHERLY, Ana. A poesia barroca portuguesa. In Revista do Centro de estudos portugueses. Dossiê: Poesia em Língua Portuguesa. N. 1, 1998.
HATHERLY, Ana. Experimentalismo, Barroco e Neobarroco. In: A casa das musas. Uma releitura crítica da tradição. Lisboa: Editorial Estampa, 1995. [Teoria das Artes, no. 15].
HEGEL, Friedrich. Estética. Poesia. Trad. Álvaro Ribeiro. [Lisboa]: Editora Guimarães, [1980].
JAKOBSON, Roman. Lingüística e poética. In Lingüística e Comunicação. Trad. Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, [s.d.].
KAYSER, Wolfgang. Análise e interpretação da obra literária. (Introdução à Ciência da Literatura). 6 ed. Revisão Paulo Quintela. Coimbra: Arménio Amado, Ed., 1976. Colecção Studium.
LIMA, Márcia Antunes Santos Gama de. Estudo dos elementos visuais da poesia concreta. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Ensino de Artes Visuais do Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais. 2011.
MACHADO, Irene A. o romance e a voz. A prosaica dialógica de Mikhail Bakhtin. Rio de Janeiro: Imago/FAPESP, 1995. (Série Diversos).
MELO E CASTRO, E. M. A poesia experimental portuguesa. Revista do Centro de Estudos Portugueses. Dossiê: Poesia em Língua Portuguesa. São Paulo, no. 1, 1998.
MELO E CASTRO, E. M. Literatura Portuguesa de Invenção. São Paulo: Difel, 1984.
MELO E CASTRO, E. M. O próprio poético. (Ensaio de revisão da Poesia Portuguesa atual). São Paulo: Ed. Quíron, 1973. (Série Crítica e História Literária).
OBRAS de Luís de Camões. Porto: Lello & Irmão, 1970.
PIGNATARI, Décio. Comunicação poética. São Paulo: Cortez & Moraes, 1977.
SANTOS, Karoline Biscardi. O ideograma e a poesia concreta brasileira: um estudo de dois poemas de Haroldo de Campos. ReVeLe - nº 2 - Jan/2011.
SILVA, Rogério Barbosa da. Poesia concreta: a crítica como problema, a poesia como desafio. O eixo e a roda, v. 22, n. 2, 2013.
VALENTE JUNIOR, Valdemar. Visões e interseções: uma proposta de leitura da Poesia Concreta. Revista Entrelaces • V. 1 • Nº 17 • Jul.-Set. (2019).
ZINK, Michel. Literatura(s). In: Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Bauru/São Paulo: EDUSC, 2003. Volume II.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Signum - Revista da ABREM
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.