Forças diabólicas e cristãs: confronto e poder na Crónica de D. João I, de Fernão Lopes
Palavras-chave:
D. João I,, Poder, ReligiosidadeResumo
Este artigo se insere nos estudos da Nova História Política, que se volta para as relações de poder, expressos em ideias e símbolos. Através da Crónica de D. João I, Fernão Lopes pretendeu legitimar simbolicamente a Dinastia de Avis, iniciada no governo de D. João (1383-85/1433). Neste sentido, utilizou o pensamento cristão para associá-lo a aquele monarca. Por isso, é possível analisar a construção da narrativa do cronista ligada a dois tópicos opostos, o bem e o mal. O bem (Deus) está associado a D. João, motivo pelo qual embora fosse de origem bastarda deveria ser o rei de Portugal, o que era provado, na sua concepção, por vários acontecimentos, associando-o ao messianismo e à imagem de Cristo. Já o mal (forças diabólicas) está relacionado a todos os obstáculos que tentaram impedir as ações de D. João, ligado a pessoas, como a viúva de D. Fernando, D. Leonor, que pretendia governar Portugal e o rei D. Juan de Castela, que tinha o mesmo propósito. Outro elemento do “mal”, vencido pelo “bem” são as guerras enfrentadas por D. João pela tentativa de ocupação do reino pelo seu oponente castelhano. O bem vence no relato devido à eleição divina por D. João, o que é mostrado através de premonições, sinais e milagres.
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